27/11/10

Uma moeda fraca para uma fraca gente?

Viva!
Apenas em jeito de livre reflexão, se é que tal neste país ainda se permite, peguemos nas declarações do único membro deste desgoverno que, embora fiel ao grande líder, ainda mantém alguma credibilidade - Luís Amado, se bem que já Estaline dizia:«a fidelidade é o agradecimento dos cães» - e confrontemos com a política monetária chinesa...
Digam o que disserem, a produtividade na China é fraquíssima, quando comparada com a Europa. Mas, os salários baixos servem os mesmos propósitos que neste penico do Velho Mundo foram ambicionados durante os anos de cavaquismo.
A China, como maior credor mundial, pode dar-se ao luxo de manter uma moeda subvalorizada. Nós, pobres pedinchas, ultrapassados pela Polónia e pela Roménia, andamos a acatar ordens de Bruxelas e Berlim em nome da estabilidade da zona Euro.
Sabemos todos que a tremenda inflação desde a adesão ao Euro não foi acompanhada de um acréscimo na competitividade nem houve qualquer aumento notável nas produções de valor acrescentado.
Numa base puramente silogística, ou seja, vamos aplicar a lógica primária: se bem me lembro das aulas de Economia Política do grande professor Arlindo Donário (foi ele que me fez ver o problema basilar deste país: a falta de capital humano), enquanto se fazem as reformas de fundo, só temos de "segurar os cavalos" com a emissão de divisa a injectar no sector financeiro e consequente desvalorização de moeda, o que permite equilibrar a balança comercial aumentar o investimento externo. Andámos desde 1975 a fazê-lo! Nunca fizemos, foi, as reformas de fundo necessárias! Porque, verdade seja dita, à excepção do segundo mandato de Cavaco e primeiro de Guterres, estamos em crise desde a Abrilada de 1974!
Houvesse alguma pessoa capaz neste país de nos guiar em tão turtuosa caminhada, não seria proveitoso uma saída durante oito anos da zona Euro para efectuar as reformas necessárias?
E não seria benéfico ter um Chefe de Estado que não estivesse mais interessado em motivos eleitoralistas e, em qualquer altura, pudesse exercer os poderes constitucionais em nome do bem superior da nação? Um CHEFE DE ESTADO com maiúscula, independente dos interesses partidários ou das empresas, sujeito apenas à aprovação do legítimo depositário da soberania: o Povo...
Esta Constituição, que no seu conteudo programático nos indica o socialismo, embora castre algumas das legítimas soluções para a nação, também nos indica o caminho a seguir: a afirmação da soberana vontade do povo numa nova Constituição, num regime mais justo em consonância com os Direitos, Liberdades e Garantias que nos garantiram e, agora querem roubar!
Fica à consideração de quem ler este texto as conclusões a tirar... Como não sou profeta, nem em tal coisa acredito, permito-me tão só agitar as águas do pensamento.
Cumprimentos!
António Gaito

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