...Que isto aqui dispensa adjectivações! Basta atentar nos factos.
Na última Assembleia de Freguesia da Pontinha apresentei a seguinte moção:
«Moção Proposta à Assembleia de Freguesia de Pontinha
23 de Setembro de 2010
Da racionalização de recursos financeiros.
Nas actuais circunstâncias de acentuada crise económica e social, cujos efeitos nefastos sobre as famílias são a cada dia mais preocupantes, e no reconhecimento de que, numa conjuntura como a presente, torna-se um imperativo moral que quem administra a coisa pública distinga entre as despesas essenciais e as que são completamente dispensáveis ou inúteis, vem-se propor a esta Assembleia que, no exercício das suas competências, recomende ao executivo da Junta de Freguesia de Pontinha que, na elaboração do Orçamento para 2011, as eventuais verbas previstas para o item «iluminação de Natal» sejam afectadas a projectos de apoio e intervenção na área social.»
Com o meu voto a favor e, peço desculpa se estou errado, a abstenção do representante eleito pelo Bloco de Esquerda, a "marcha da malta do Carvalho", como lhes chamou o mais popular trovador português ainda vivo, votou em bloco contra esta proposta. PS, PSD e PCP (não conheço lá ninguém d'Os Verdes para aceitar que aquilo seja CDU) agitaram-se como se de um nefasto terramoto se estivesse a falar e lá caíu o Carmo e a Trindade em defesa do tão querido "comércio tradicional" que, como todos sabemos, depende nesta altura do ano de luzes acesas das seis da tarde às sete da manhã para sobreviver. E, qual Ponte de Alcântara, escapei "res ves Campo de Ourique" de ser encostado ao "maldito capital" e acusado de estar a defender os interesses de "tios Belmiros"e outros afins que, dada a minha parca situação financeira, bem gostaria de ser pago para defender!
Como, enquanto eleito na Assembleia de Freguesia, não tenho legitimidade para propôr alterações ao Orçamento em vigor, que afecta 19.000€ a este item, cingi esta proposta "lesiva dos pequenos comerciantes", no entendimento de tão doutos senhores, ao Orçamento para o próximo ano.
Então não é que certo passarinho - e nisto da política e politiquices há muitos passarinhos e passarões, sendo que, talvez, a espécie venatória mais representada seja o corvídeo Pica pica - me contou há poucos dias que, em reunião do executivo da Junta, foi aprovado por unanimidade não instalar iluminações de Natal este ano!
Senhoras e senhores de nacionalidade portuguesa com mais de 18 anos, ou seja, vós que sois eleitores e depositais a vossa confiança materializada no boletim de voto, é nisto que delegais a vossa representação?
Quanto a mim que, em representação do Partido do Centro Democrático Social, desde que tomei posse já apresentei mais propostas que todas as outras bancadas juntas (não conto, claro, com os votos de protesto do PCP contra tudo e mais alguma coisa ou os votos de solidariedade do mesmo partido para com criminosos e terroristas internacionais), todas chumbadas, posso afiançar: qualquer rectificação orçamental, qualquer alteração ao quadro de pessoal, qualquer coisa que não seja bem explicada, vai deixar de ser por mim tratada com cortesia e compreensão. Ou como dizia o outro trovador que prega uma revolução contra a qual trabalhou: «não mais na velha casa ameixas verdes!»
Cumprimentos!
António Gaito
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