06/05/11

Pode Haver Luz (4) - O Caos.

Pode Haver Luz (4).


Num momento em que a esperança e as expectativas andam em baixa há que reflectir e fazer das dificuldades uma mais-valia. Só assim poderemos promover a mudança e com ela encontrar as soluções que nos permitam inverter esta tendência. Acredito que podemos voltar acender a luz da esperança.




O Caos.

A demissão de Sócrates, a marcação de eleições antecipadas e o pedido de ajuda financeira externa já num período de governo de gestão, motivam um conjunto de intervenções que nos fazem pensar que os nossos dirigentes se “passaram” de vez.

Senão, vejamos:

 O primeiro-ministro que comanda a Nação há seis anos, afirma sistematicamente que a culpa é do P.S.D. e da demais oposição (lol);

 Passos Coelho diz que se for poder subirá o IVA para 27%;

 O líder do P.S.D. confidenciou que, afinal, tinha falado com Sócrates antes da apresentação do PEC IV em Bruxelas (lol);

 O primeiro-ministro afirma sistematicamente que a necessidade de pedir ajuda externa ao F.M.I. é da responsabilidade exclusiva do P.S.D. e da oposição por terem inviabilizado o PEC IV (lol);

 Sócrates, que disse jamais governar sujeito a um acordo de ajuda financeira com o F.M.I., candidata-se novamente à chefia de um governo, sendo certo que, caso consiga ser eleito, só poderá governar de acordo com as regras do F.M.I.;

 Entretanto, Passos Coelho convida Fernando Nobre - antigo mandatário do B. E. e ex-candidato à Presidência da República - para liderar a lista do PSD no Distrito de Lisboa;

 Este que, até há bem pouco tempo, “pregava” em nome da cidadania, diz que só exercerá o cargo se vier a ser Presidente da Assembleia da República, declinando exercer a cidadania no lugar de Deputado (lol);

 Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, que afirma e reafirma constantemente a sua condição de democrata e republicano, que andou com Sócrates ao “colo”, coloca agora todos os partidos no “mesmo saco”, o que o faz sugerir aos portugueses uma greve ao voto nas próximas eleições (lol);

 Em vez de termos Teixeira dos Santos a liderar a negociação com a “troika”, temos o ministro Silva Pereira a dirigir o processo (imagine-se!) e ainda somos surpreendidos pela ausência do nome do Ministro das Finanças das listas de candidatos do P.S. à Assembleia da República;

 Freitas do Amaral que foi Ministro de Sócrates, dá uma entrevista na televisão em que o arrasa e mostra admiração pela capacidade de resistência de Teixeira dos Santos;

 Otelo, o rosto do 25 de Abril e da extrema-esquerda, vem agora afirmar que Portugal precisava de uma pessoa com a inteligência de Salazar;

 Edmundo Pedro, outro abrilista convicto, afirma que já se arrependeu de ter feito o 25 de Abril.

Assiste-se a uma esquizofrenia dos políticos e a uma falta de lucidez às elites governativas, num momento em que os portugueses se encontram angustiados e ansiosos por conhecer o destino do País e por quantos anos terão de viver em crise.

Parece certo que o caos saiu à rua… Mas a escolha das lideranças e o destino de Portugal pertence a cada um de nós e ninguém duvide que a receita passará forçosamente por cinco vectores:

1º) Justiça Social;
2º) Rigor na despesa do Estado;
3º) Desenvolvimento económico;
4º) Trabalho;
5º) Valorização do esforço e do mérito.

É verdade que o caos parece ter tomado conta do País, mas recordo-me de ter ouvido de Amaro da Costa uma expressão em que continuo a acreditar: “não tenham medo, por trás deste caos está um Grande Povo e um Grande País”.


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