Paulo Portas: "Interesse nacional é muito mais importante que as lutas partidárias"

Paulo Portas apela à responsabilidade dos partidos nas negociações que estão a decorrer com as autoridades internacionais. Nesta altura o País tem de estar à frente de "querelas partidárias", sublinha, tendo já dado indicações ao Governo, ao PSD e ao Presidente da República sobre o que propôs na reunião com a troika.

O CDS está disponível para negociar medidas que permitam ao País receber ajuda. Mas salienta que é indispensável que o programa aposte no crescimento de Portugal. Paulo Portas diz que a atitude do seu partido vai ser de responsabilidade e “evitará qualquer confusão entre uma negociação de Portugal e a campanha eleitoral em curso”.

“O interesse de Portugal está acima de qualquer matéria” e o que “está em causa é saber se Portugal tem dinheiro suficiente para pagar os compromissos” que tem pela frente e “se o sistema bancário não entra em ruptura.”

“Não falar com as instituições que nos vão dar ajuda não é uma posição construtiva”, afirmou o líder do CDS/PP em conferência de imprensa, numa alusão à atitude do PCP, do Bloco de Esquerda e do Partido os Verdes, que se recusaram a sentar-se à mesa de negociações com a troika.

“Porque estamos a pensar no interesse nacional, o CDS evitará qualquer confusão entre uma negociação do Estado português e a campanha eleitoral em curso”, garantiu, apelando a uma negociação “com sentido de Estado”, colocando de lado as “querelas”, que podem até ser relevantes mas não nesta altura.

“Como o que está em causa é a defesa do interesse nacional, entendi que devia informar o Governo, o Presidente da República e o PSD sobre as posições que o CDS defendeu hoje” perante a União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional.

“E com este sinal, mostrar que o interesse nacional é muito mais importante que a lutas partidárias”, sublinhou.

“Era importante dizer hoje que já bem basta que o FMI tenha entrado em Portugal três vezes em 30 anos”. “Já chega e já basta!”

“O CDS afirmou junto da delegação alguns pontos” que consideram determinantes para Portugal.

O primeiro é “travar o endividamento”, que “foi o que nos trouxe a esta situação”, o que implica a “suspensão de todas as Obras Públicas e renegociação das parcerias público-privadas.”

“O programa deve ser compreensivo para integrar crescimento económico. Se não houve não há receia, não há emprego” e é “do interesse dos credores que Portugal cresça”, salientou.

“Deixámos muito claro que há uma linha social de apoio dos que são mais pobres, e têm menos autonomia - que são os idosos - que o nosso partido não deixará ultrapassar.”

“A única preocupação que tenho é estar à altura da situação” em que está o País, adiantou.