Núcleo Museológico do Posto de Comando do Regimento de Engenharia I
25 de Abril de 2011
Caríssimos!
Pareceu-me pouco tempo, quando recebi em casa a carta que convidava a usar da palavra durante cinco minutos nesta sessão comemorativa. O que pode um comum Ser Humano dizer ou fazer em cinco minutos que, antes dele, não tenha sido dito ou feito por outros? Mas, a História – na verdadeira ortografia portuguesa e com “H” maiúsculo, não na versão imperialista que foi imposta por um punhado de intelectuais, subservientes aos interesses das editoras brasileiras – ensina-nos que, muitas vezes, cinco minutos bastam para alterar o curso histórico das nações e dos Estados.
Hoje, comemoramos um golpe de Estado que pecou por tardio – e nesta afirmação, contemplemos de novo a omnipresença do tempo, única ditadura que permanece inabalável perante o correr da História. Um golpe em que as Forças Armadas Portuguesas, depositárias históricas dos interesses da nação – entendendo-se por “nação” o conjunto das suas gentes – resolveram colocar nas mãos da geração anterior à minha aquilo que nunca nos tinha sido confiado, embora por Direito Natural sempre tive sido nosso: os Direitos, Liberdades e Garantias inalienáveis do Ser Humano; a soberania individual quanto às nossas vidas e aos nossos destinos.
Comemoramos um golpe de Estado feito à revelia dos interesses instalados na alegada oposição ao Estado Novo. Outras tentativas houve em tempos anteriores, e tomemos por exemplo a tomada de Beja em 1962 sob o comando à distância de Humberto Delgado – história diligentemente explicada nos dois volumes que Henrique Cerqueira escreveu e, justamente, intitulou «Acuso!» – que foram frustradas pela militância moscovita de forças políticas que só obedeciam às directrizes de potências estrangeiras, por mais comprometedoras que fossem para o futuro dos portugueses. Entristece-me por isso, enquanto humanista, democrata e libertário, saber que hoje somos todos obrigados a pagar pelos desvarios ideológicos daqueles que, sem alguma vez terem contribuído para o derrube do autoritarismo, se arrogaram em proprietários do 25 de Abril, frustrando, com a sua apropriação do aparelho do Estado, as aspirações democráticas à Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Hoje sabemos que o sonho nascido em Abril de 1974 não se cumpriu e sabemo-lo da pior forma: não temos uma posição negocial honrada com os nossos parceiros internacionais (quem ler regularmente a imprensa internacional conhece a forma humilhante como somos tratados); não temos Forças Armadas devidamente equipadas para assumir os compromissos com a Aliança Atlântica nem defender os recursos naturais presentes nas 350 milhas da nossa plataforma continental (a falta de mísseis anti-navio, por exemplo, colocou em risco o comando português da missão internacional ao largo da Somália); não temos tribunais verdadeiramente independentes; não temos certezas quanto ao futuro da educação pública, do ensino público, do serviço público de saúde ou da segurança social pública. Estamos, ainda hoje, a sofrer as consequências das nacionalizações, da reforma agrária e da euforia comunista dos anos setenta, a que se juntou o despesismo socialista dos anos oitenta, as extravagâncias e esbanjamentos cavaquistas dos anos noventa e o eleitoralismo caridoso de Guterres e Sócrates na última década. Estamos a sofrer as consequências do voluntário desmantelamento da agricultura, das pescas, da pecuária, das minas e da indústria; da negligência em investigação e desenvolvimento; da distribuição de riqueza para caçar votos… Estamos a pagar por 37 anos de “voto útil”!.
Não temos, sequer, autêntica soberania legislativa, pois, cedemo-la a uma Comissão Europeia com aspirações federalistas, em que nenhum europeu votou. Nem soberania financeira, estando sujeitos ao monopólio de um Banco Central Europeu que imprime moeda sem qualquer valor intrínseco, estatutariamente vocacionado para inflacionar a massa monetária, reduzindo dessa forma o poder de compra dos cidadãos e, consequentemente, expropriando-os da riqueza por eles produzida. A Terceira República, com o auxílio do desgoverno nativo, capitulou perante a Nova Ordem Mundial que se edifica!
Cinco minutos, portanto, é tempo de sobra para fazer o que tem de ser feito. Cinco minutos diferentes de tudo o que fizemos até hoje! Cinco minutos para não entregarmos o nosso futuro a autoritarismos estrangeiros. Para não voltarmos a depositar a confiança em quem nos humilhou e levou à bancarrota por três vezes em trinta anos. Para decidirmos se queremos mais do mesmo ou se queremos melhor! Cinco minutos para pensar, no próximo dia 5 de Junho, podem fazer a diferença entre a cruz no quadradinho em que se vota religiosamente há trinta e sete anos e o voto ponderado em quem sabe o trabalho que tem pela frente e não tem medo de o fazer. Se o 25 de Abril colocou nas nossas mãos o direito de decidirmos o nosso futuro, não há desculpas para continuar a empenhar os nossos sonhos e voltar a entregar o destino da nação a quem já provou não estar à altura da tarefa.
25 de Abril e 25 de Novembro, sempre!
Autoritarismos, nacionais ou estrangeiros, nunca mais!
Pareceu-me pouco tempo, quando recebi em casa a carta que convidava a usar da palavra durante cinco minutos nesta sessão comemorativa. O que pode um comum Ser Humano dizer ou fazer em cinco minutos que, antes dele, não tenha sido dito ou feito por outros? Mas, a História – na verdadeira ortografia portuguesa e com “H” maiúsculo, não na versão imperialista que foi imposta por um punhado de intelectuais, subservientes aos interesses das editoras brasileiras – ensina-nos que, muitas vezes, cinco minutos bastam para alterar o curso histórico das nações e dos Estados.
Hoje, comemoramos um golpe de Estado que pecou por tardio – e nesta afirmação, contemplemos de novo a omnipresença do tempo, única ditadura que permanece inabalável perante o correr da História. Um golpe em que as Forças Armadas Portuguesas, depositárias históricas dos interesses da nação – entendendo-se por “nação” o conjunto das suas gentes – resolveram colocar nas mãos da geração anterior à minha aquilo que nunca nos tinha sido confiado, embora por Direito Natural sempre tive sido nosso: os Direitos, Liberdades e Garantias inalienáveis do Ser Humano; a soberania individual quanto às nossas vidas e aos nossos destinos.
Comemoramos um golpe de Estado feito à revelia dos interesses instalados na alegada oposição ao Estado Novo. Outras tentativas houve em tempos anteriores, e tomemos por exemplo a tomada de Beja em 1962 sob o comando à distância de Humberto Delgado – história diligentemente explicada nos dois volumes que Henrique Cerqueira escreveu e, justamente, intitulou «Acuso!» – que foram frustradas pela militância moscovita de forças políticas que só obedeciam às directrizes de potências estrangeiras, por mais comprometedoras que fossem para o futuro dos portugueses. Entristece-me por isso, enquanto humanista, democrata e libertário, saber que hoje somos todos obrigados a pagar pelos desvarios ideológicos daqueles que, sem alguma vez terem contribuído para o derrube do autoritarismo, se arrogaram em proprietários do 25 de Abril, frustrando, com a sua apropriação do aparelho do Estado, as aspirações democráticas à Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Hoje sabemos que o sonho nascido em Abril de 1974 não se cumpriu e sabemo-lo da pior forma: não temos uma posição negocial honrada com os nossos parceiros internacionais (quem ler regularmente a imprensa internacional conhece a forma humilhante como somos tratados); não temos Forças Armadas devidamente equipadas para assumir os compromissos com a Aliança Atlântica nem defender os recursos naturais presentes nas 350 milhas da nossa plataforma continental (a falta de mísseis anti-navio, por exemplo, colocou em risco o comando português da missão internacional ao largo da Somália); não temos tribunais verdadeiramente independentes; não temos certezas quanto ao futuro da educação pública, do ensino público, do serviço público de saúde ou da segurança social pública. Estamos, ainda hoje, a sofrer as consequências das nacionalizações, da reforma agrária e da euforia comunista dos anos setenta, a que se juntou o despesismo socialista dos anos oitenta, as extravagâncias e esbanjamentos cavaquistas dos anos noventa e o eleitoralismo caridoso de Guterres e Sócrates na última década. Estamos a sofrer as consequências do voluntário desmantelamento da agricultura, das pescas, da pecuária, das minas e da indústria; da negligência em investigação e desenvolvimento; da distribuição de riqueza para caçar votos… Estamos a pagar por 37 anos de “voto útil”!.
Não temos, sequer, autêntica soberania legislativa, pois, cedemo-la a uma Comissão Europeia com aspirações federalistas, em que nenhum europeu votou. Nem soberania financeira, estando sujeitos ao monopólio de um Banco Central Europeu que imprime moeda sem qualquer valor intrínseco, estatutariamente vocacionado para inflacionar a massa monetária, reduzindo dessa forma o poder de compra dos cidadãos e, consequentemente, expropriando-os da riqueza por eles produzida. A Terceira República, com o auxílio do desgoverno nativo, capitulou perante a Nova Ordem Mundial que se edifica!
Cinco minutos, portanto, é tempo de sobra para fazer o que tem de ser feito. Cinco minutos diferentes de tudo o que fizemos até hoje! Cinco minutos para não entregarmos o nosso futuro a autoritarismos estrangeiros. Para não voltarmos a depositar a confiança em quem nos humilhou e levou à bancarrota por três vezes em trinta anos. Para decidirmos se queremos mais do mesmo ou se queremos melhor! Cinco minutos para pensar, no próximo dia 5 de Junho, podem fazer a diferença entre a cruz no quadradinho em que se vota religiosamente há trinta e sete anos e o voto ponderado em quem sabe o trabalho que tem pela frente e não tem medo de o fazer. Se o 25 de Abril colocou nas nossas mãos o direito de decidirmos o nosso futuro, não há desculpas para continuar a empenhar os nossos sonhos e voltar a entregar o destino da nação a quem já provou não estar à altura da tarefa.
25 de Abril e 25 de Novembro, sempre!
Autoritarismos, nacionais ou estrangeiros, nunca mais!
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