07/11/05

O Caos Francês – As Origens

Que o caos está instalado já ninguém duvida.

Importa agora fazer uma reflexão sobre as origens de todo este caos, o qual não para de crescer, quer na intensidade, quer na violência.

Muito se tem falado na integração social, é um facto que neste aspecto se pode e “pode-se” fazer muito mais, mas importa meditar e reflectir de uma forma clara e sem tabus puritanos.

Não emigraram para França e sobretudo para a região de Paris centenas de milhares de portugueses? Tiveram estes portugueses menos dificuldades, nem o francês sabiam falar, do que os outros que estão actualmente imigrados em França? Alguma vez os portugueses pensaram, tentaram ou tiveram um comportamento destes?

Os portugueses na sua grande maioria, pode haver uma ou outra excepção, foram para França com vontade ganhar sua vida de forma honesta, com trabalho, com muito suor e sujeitos a fazer grandes sacrifícios, passaram por dias difíceis, muito difíceis, mas conseguiram aproveitar as oportunidades que tiveram e hoje aí estão, uns cá, outros lá com as suas vidas arrumadas e à “parte” de todos estes problemas.

Será que esta gente (imigrada em França), a qual é acusada de estar a provocar este caos, tem tido a mesma atitude, ou tem sido tratada de maneira diferente do que fomos nós, ou será que não querem aceitar minimamente as regras vigentes ?

A resposta parece-me obvia e aqui está uma das causa.

Se olharmos ao que se passa em Portugal (em França o Estado ainda é mais previdente) constatamos que, todos têm direito à educação e à saúde gratuita ou quase, muitos (quase todos) têm habitação social e subsídios, etc. etc.; ou seja, tiveram e têm tido muitas ajudas para se integrarem na sociedade, quiseram aproveitar?

Uns sim, outros não.
Os que sim e há muitos, têm tido uma vida mais ou menos tranquila, com maior ou menor dificuldade, mas estão perfeitamente integrados na sociedade e muitas vezes até são prejudicados por causa dos outros, também muitos que nunca quiseram aproveitar

Os que não, são esses que estão sempre a levantar os problemas, a contestar tudo e todos e que têm a ideia que tudo lhes é devido, sem que alguma vez tenham feito o que quer que seja para o merecer. São os que nunca quiseram estudar e trabalhar, mas que não passam fome, nem andam desenfreados á procura de trabalho, andam de carro e com roupas de marca, são os que andam em bandos, são os que se divertem a assustar terceiros, a roubar, a estragar e a fazer pinturas em tudo o que é paredes (grafittis). Atenção que em Portugal não são só os imigrantes, ou imigrantes de segunda geração como lhes chamam, são também muitos portugueses.

Estes, os que não, os que vivem em gangs, têm culpa, porque lhes são dadas oportunidades e não as aproveitam, mas os grandes culpados são os estados.

Os estados porquê:
1 - Vêm estes comportamentos, têm conhecimento deles e andam a olhar para o lado a fingir que não vêem e que não é nada com eles;
2 – Não exigem padrões de comportamentos, de regras e de valores;
3 - Criaram a ideia de facilitsimo ao criarem sistemas de subsidio-dependência, atribuindo subsídios a quem não precisa e sobretudo a quem não os merece;
4 - Não são capazes de perceber que têm que criar regras para a imigração, não para a proibir (até é necessária), mas até para ajudarem e poderem dar melhores condições ao imigrante;
5 – Estão sempre a apelar (é moda?) aos direitos das minorias, em nome da democracia, esquecendo-se das maiorias e que embora estas tenham que ter direitos, claro que têm, também têm que ter obrigações.

Para Portugal este é um grande aviso, maior ainda se pensarmos que há muitos portugueses que andam descontentes, com dificuldades financeira e que podem querer apanhar destes movimentos.

Antes de terminar chamo a atenção que para além de França, há um mês houve sinais destes em Inglaterra, a noite passada foi em Berlim e em Bruxelas.

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