Artigo do jornalista João Fonseca, no Diário de Notícias, na edição de 28/11:
José Ribeiro e Castro quer reactivar a estrutura de eleitos locais do partido - Associação Nacional de Autarcas Populares -, embora sem a autonomia partidária (como sucede, por exemplo, com os jovens e com os sindicalistas) com que foi criada, sob a liderança de Paulo Portas.
O facto dos eleitos locais centristas terem conquistado os respectivos lugares em coligações com o PSD (o seu único presidente de Câmara Municipal é Daniel Campelo, em Ponte de Lima) dificulta a sua afirmação e a reactivação da associação - que pode, inclusivamente, adoptar outra designação - visa contribuir para lhe dar outra força e visibilidade.
A afirmação dos autarcas centristas, que pode, desde já, passar designadamente pela assunção de posições diversas das dos sociais- -democratas em relação a matérias como as do Imposto Municipal de Imóveis, que o PSD admite aumentar em várias concelhos que lidera, será uma das matérias em que o CDS marcará a diferença em relação ao seu parceiro de coligação, votando contra qualquer agravamento.
A frequente fuga de eleitos locais do CDS para o PSD é outra das matérias que preocupa Ribeiro e Castro, que quer estancar a sangria, ou pelo menos atenuá-la, com o reforço da identidade dos centristas com assento nas autarquias. Este fenómeno é, aliás, um dos aspectos que o líder do CDS/PP está a sublinhar nas reuniões que tem vindo a fazer com autarcas do seu partido - ontem reuniu-se em Setúbal e Guarda, e na sexta-feira deslocou-se a Viseu e Paredes (Porto).
A apresentação de uma proposta alternativa aos projectos de lei eleitoral para os órgão das autarquias locais do PSD e do PS está igualmente a ser equacionada pelos dirigentes centristas, contrários a executivos monocolores (de um só partido), que penalizam os partidos minoritários, que assim reduzirão fortemente a sua representação nas câmaras. Este assunto deve começar a ser debatido no Parlamento no início de 2006.
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