02/06/10

Macroestrutura - A posição do CDS-PP

Hoje foi apresentada em A. Municipal uma proposta para a reseestroturar a macroestrutura da C.M. de Odivelas, a posição do CDS-PP foi esta:
"Esta proposta contempla, tal como é assumida pela Câmara uma estrutura hierarquizada, ou seja vertical, onde existem vários níveis de responsabilidade.

Nós, o CDS-PP, não acreditamos que este seja o modelo mais adequado para o bom funcionamento da Câmara. Não potencializa a celeridade e a eficácia, não promove a responsabilização, o empreendedorismo e por conseguinte, a motivação pessoal.

Vejamos, este modelo hierarquizado, origina:
- Que os processos/assuntos terão que passar por vários níveis de decisão.
- Isto gera burocratização dos serviços.
- Perde-se tempo.
- Provoca falta de autonomia na decisão em todos os níveis.
- E gera a falta de responsabilização.

Assim os processos e as informações andam de traz para a frente, o que gera uma enorme ineficácia, uma perca enorme de tempo, e, custos acrescidos em comunicações, deslocações, cópias, etc., etc.

Fica a perder com este modelo: a Câmara, os funcionários e os cidadãos.

Por norma, estruturas verticais e muito hierarquizadas são pouco flexíveis e pouco céleres. Promovem a burocracia, a dispersão e a desresponsabilização.

Contudo aceitamos a discussão sobre o modelo a utilizar, há quem defenda um e há quem defenda o outro e de ambos há bons e maus exemplos.

O que não podemos aceitar é uma proposta como a que nos foi apresentada hoje, a qual foi aprovada em reunião de executivo pelos vereadores do P.S. e do P.S.D..

Não podemos aceitar porque, mais do que, com esta proposta, “pretender-se construir a casa pelo telhado”, como afirmou o Vereador Paulo Aido em reunião de Câmara; nós, CDS-PP, consideramos que é uma proposta “sem pés nem cabeça”. Sem cabeça, porque está decapitada e sem pés porque está amputada dos seus membros.

Sem cabeça? Poderá não ser bem assim, poderá ter duas cabeças, porque no topo da pirâmide hierárquica estão considerados duas direcções paralelas, em vez de uma como seria lógico. Mas se tiver duas cabeças ainda fica um monstro mais esquisito.

Sem pés? Sim, porque para baixo das duas direcções, estão 7 departamentos e 2 equipas de projectos, mas abaixo disso estão apenas considerados o número máximo de Unidades Orgânicas Flexíveis, e subunidades orgânicas, 90. Mas não nos informa como e onde serão hierarquizadas, nem a ligações entre elas.

Se por um lado este projecto não tem pés nem cabeça, parece-nos a nós labiríntico, e que sofre também de enormes problemas de circulação/comunicação. Em muitos casos, semelhante aos problemas de varizes, noutros casos, com pontos críticos, onde podem aparecer embolias.

Circulação, porque estão em alguns departamento áreas que nada têm a ver uma com a outra, como por exemplo Habitação e Saúde, Transportes e Ambiente, Administração Jurídica e Administração Geral. Circulação, porque é hierarquizada em tantos níveis que os processos e as informações vão sempre percorrer inúmeros caminhos com as demoras que isso implica.
Embolia, porque pode criar problemas graves de gestão. Vejamos há departamentos, já para não falar de direcções, que serão subordinados por mais que um Vereador. Mas, para além disso toda a estrutura hierarquicamente abaixo desse departamento, como é lógico, também sofrerá do mesmo mal, uma vez que é um modelo vertical. Portanto questionamos:
Sempre que um Vereador, de um determinado pelouro, pretenda introduzir alterações funcionais, organizacionais e de metodologia, na área que lhe está entregue, como fará? Terá que primeiro entrar em acordo com o outro vereador?

Aí poderá aparecer a embolia. Para além da metodologia de processos de uma área poder não se ajustar à outra, cada vereador poderá preferir e querer a funcionar toda a estrutura da sua área da forma como entender ser mais benéfica.

Já fizemos parte do diagnóstico desta proposta, mas ainda falta aqui, pelo menos, indicar mais um potencial problema, o colesterol. A gordura no sangue, está directamente relacionada com os excessos e com os custos provocados pelos mesmos. Começa logo pela criação de mais uma direcção e os custos associados à mesma, passa pelos custos de comunicação, pelos custos de duplicação de documentação (ex. fotocopias), de reuniões desnecessárias entre vários níveis hierárquicos, de tempo gasto etc., etc.

Resumindo, esta proposta, para além de não ter pés nem cabeça, tem problemas graves de circulação.

Vai criar uma estrutura pouco flexível, muito lenta e pouco funcional, pois promove a burocracia, a desresponsabilização e a falta de decisão.

Vai ser cara e nos tempos que correm, no mínimo isso é inadequado. Mas esta proposta, também não servirá a Câmara, os seus funcionários, nem tão pouco o mais importante, os munícipes."

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