17/05/06

Diário de Odivelas (Coluna às Direitas 15/5/2006)

Globalização

Estranha palavra esta que tão depressa entrou no nosso dia a dia, mas não entrou só a palavra, entrou também a própria da globalização. Palavra essa que na sua plenitude pretende transformar o mundo numa pequena aldeia global, onde “tudo” será igual, onde “todos” usaremos e comeremos as mesmas coisas, onde haverá uma só raça (mistura de todas as raças), onde todos falaremos a mesma língua (inglês) e usaremos a mesma moeda (dólar), onde todos teremos as mesmas leis e a mesma religião (nenhuma).

A globalização tem-se vindo a enraizar na sociedade moderna por razões económicas, pois só assim as grandes multinacionais conseguem aumentar significativamente o seu número de clientes, as suas vendas, os seus lucros e o seu poder. No entanto não basta as multinacionais entrarem, montarem as suas fábricas ou empresas, ou simplesmente colocarem os seus produtos à venda noutros países, porque só assim não o conseguiriam. Estas empresas têm que educar os seus novos clientes, têm que transformar os seus hábitos e desenraíza-los, para que estes comprem os seus produtos.

Este movimento é muito forte, movimenta biliões e biliões, por isso consegue exercer as influências que quiser e onde quiser, tanto através da publicidade, como de prsões politicas, como até de guerras sempre que necessário. Este movimento não nasceu fruto do acaso, nasceu com toda certeza de forma programada e planeada, o qual tem por objectivo último governar o mundo de forma centralizada.

É neste caminho da globalização que nos encontramos actualmente, caminhamos para termos uma só língua, um só estado, uma só raça e uma só religião.

Ao lerem isto alguns de vós ficam admirados e/ou espantados, outra parte, a maior parte está a pensar: este gajo é louco.

Pois é talvez seja, sinceramente gostava de estar enganado, pelo menos em parte, mas as evidencias são mais do que muitas. Em Portugal, aliás como no resto dos países comunitários, a lei europeia sobrepõe-se à nacional, nada um país pode fazer sem estar autorizado pela comunidade europeia e muito tem que fazer por ordem desta, desde as coisas mais simples até às mais complexas, desde deixar de beber bagaço, de deixar de usar galheteiro, de deixar de matar um porco numa festa, ou de comer um algodão-doce num pau, como até, ter que utilizar a mesma moeda (euro), ou ter que ter uma determinada taxa de inflação.

Enfim, economicamente a globalização vai de vento em poupa, o bloco europeu está montado, o americano também e o asiático está-se a montar, as relações entre estes blocos já são estreitas, basta ver os intercâmbios que existem hoje em dia a todos os níveis e depois será só uni-los, sob um governo das Nações Unidas.

Mas há mais evidências:

- No ensino, a qualidade e o nível de exigência tem vindo a diminuir, por vezes somos levados a pensar que é por má gestão dos nossos governantes, mas de facto não creio, creio que é feito de forma propositada, pois quanto mais cultas forem as populações maior dificuldade existe em levar a cabo um plano destes; por outro lado dizem-nos que faltam verbas para a educação, no entanto investe-se em aulas de inglês, a tal língua global.

- Quanto à raça, aqui é evidente que cada vez há uma mistura maior de raças, pois pela convivência mais próxima que existe hoje em dia entre pessoas de raças diferentes, cada vez haverá um maior número de crianças a nascer fruto dessas relações.

- A Religião - Aqui há um claro objectivo de fazerem de todos nós ateus, pois como é sabido as religiões são contra os excessos de consumo e contra determinado tipos de consumos e comportamentos, isto não interessas nada à globalização; para além disso há um aspecto mais importante, è que há no mundo muitas pessoas religiosas, as quais seguem a sua religião e os seus líderes, líderes esses que poderão funcionar como um contra poder aos interesses da globalização, tanto económicos, como políticos. Assim temos assistido nos últimos tempos a vários ataques tanto às mais variadas religiões, como aos seus líderes, por exemplo, aos Muçulmanos, fazem passa-los como se todos fossem terroristas, fazendo esquecer que no meio deles há muitos, talvez a grande maioria que são pacíficos e que só procuram o bem; aos católicos fazem uma guerra surda, não os enfrentam directamente por serem católicos, mas estão permanentemente a tentar lançar medidas, temas e noticias com o objectivo de enfraquecer a Igreja e os seus líderes, tais como o aborto, os casamentos “gay’s”, a adopção de crianças por esses casais, a proibição de crucifixos nas escolas e até a noticia que vinha este fim de semana no Jornal Expresso, onde se dizia que o Patriarca iria ser retirado do Protocolo de Estado.

Bem, sobre este tema haveria muito mais para dizer, mas por hoje chega, fico-me por aqui, no entanto não pensem que sou da opinião que a globalização é só coisas más, não, não é, tem muitos aspectos positivos, desde logo a velocidade a que se tem verificado o desenvolvimento económico, tecnológico e cientifico, outras questões há, como a questão da raça e da língua, as quais estão nas mão de cada um de nós escolher se as quer ou não, sou contra, é com a forma como subtilmente nos fazem esta lavagem ao cérebro e nos obrigam a aceitar determinadas regras e comportamentos.

M.X.B.


Sem comentários: